
Entre 2015 e 2023 foram abordadas 1.858 pessoas em situação de rua na Cidade e o perfil predominante é masculino (92%), não branco (69%) e com mais de 30 anos (67%). Os dados são do último levantamento do Observatório das Metrópoles – Núcleo UEM/Maringá.
Cerca de 23% são naturais da própria cidade de Maringá, 7% de São Paulo e 40% da Região Metropolitana de Maringá e a maioria veio até o município em busca de trabalho. Os principais fatores que levam essas pessoas às ruas são desemprego, conflitos familiares e dependência química.
Em relação à renda, a maior parte possui alguma fonte de recursos: 19% têm acesso a benefícios do Programa Bolsa Família, 17% pedem dinheiro, 14% atuam como cuidadores de carro e 12% não têm nenhuma fonte de renda, geralmente por estarem em instituições de acolhimento. Em média, 54% afirmam ter uma renda diária superior a R$ 50.
Entre os entrevistados, 29% recebem o Bolsa Família, 3% aposentadoria e 3% auxílio-doença. Atualmente, 845 famílias em situação de rua estão cadastradas no CadÚnico, sendo 814 consideradas em situação de pobreza, segundo dados da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único. Além disso, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, na Cidade, são 34 pessoas com deficiência e cinco idosos em situação de rua.
AÇÃO
A Prefeitura de Maringá realiza hoje, 19, das 9h às 12h, mais uma edição do projeto Reintegrando, iniciativa voltada ao acolhimento e à reintegração social de pessoas em situação de rua. Organizada pela Secretaria de Assistência Social, Políticas sobre Drogas e Pessoa Idosa (SAS), a ação, que acontece no Centro Pop, oferece atendimentos de saúde e psicológicos, corte de cabelo e barba, doação de roupas e itens de higiene, além de orientações sobre programas de reabilitação e tratamento para dependência química.
O projeto busca garantir cidadania e acesso a serviços básicos por meio de uma rede de apoio que envolve outras secretarias municipais, instituições de ensino e comunidades terapêuticas, criando condições para a reconstrução de vínculos familiares e sociais, bem como a retomada do acesso ao mercado de trabalho e a políticas públicas.
A ação visa enfrentar essa realidade com atendimentos emergenciais e encaminhamentos para serviços especializados. Em abril, a Prefeitura realizou a primeira reunião para a criação de um comitê voltado à construção de políticas públicas para pessoas em situação de rua. O encontro contou com a presença do prefeito Silvio Barros, vereadores, representantes da sociedade civil, entidades e igrejas.
Para o prefeito, o debate coletivo é fundamental para que as ações futuras sejam efetivas. “Se não tivermos informações precisas, nunca encontraremos a solução. Queremos ouvir os envolvidos, entender a realidade e, com união, construir respostas que mudem de verdade essa situação”, afirmou.
Segundo Barros, o compromisso da gestão é transformar a realidade das pessoas em situação de rua de forma concreta e responsável. “É um assunto sensível, mas vamos enfrentá-lo com determinação, planejamento e participação de toda a sociedade. Vamos resolver esse problema”.
Alexia Alves
Foto – PMM