
Em Maringá, 6% dos deslocamentos diários são feitos de bicicleta, o dobro da média nacional, segundo dados da Cidade Viva, por meio de uma pesquisa de campo realizada na Cidade. Atualmente, Maringá conta com 45 quilômetros de ciclovias, que serão ampliados com a nova malha na Avenida Tuiuti, somando 4,4 km e tornando-se a maior pista exclusiva para bicicletas do município.
Apesar do crescimento da prática, a Cidade ainda registra acidentes envolvendo ciclistas. Entre 2008 e 2025, 88 ciclistas perderam a vida, sendo seis apenas em 2025, de acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).
No Paraná, até o mês de julho, foram registrados 1.126 sinistros de trânsito envolvendo bicicletas, sendo 656 com vítimas com ferimentos e 15 com óbito. Já no primeiro semestre, foram 976 sinistros, número 3% maior do que no mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2024 houve 943 sinistros envolvendo ciclistas. Já o longo do ano, foram 1.828, sendo 1.143 com vítimas com ferimentos e 37 com óbito.
O deputado Cobra Repórter, autor da lei que instituiu o Dia Estadual do Ciclista, comemorado ontem, 19, comentou sobre projetos para incentivar o uso seguro da bicicleta e fortalecer a mobilidade sustentável. Entre suas ações estão a concessão do título de Capital Estadual do Ciclista a Rolândia e a criação do Circuito Cicloturístico Pé Vermelho, que conecta cidades como Londrina, Maringá e Cambé, estimulando esporte, turismo e economia regional.
Segundo Ismael de Oliveira, diretor de Tecnologia do Detran-PR e presidente do Conciclo, observa-se um aumento no número de ciclistas, tanto recreativos quanto para deslocamento ao trabalho. “O perfil é variado, com homens e mulheres de diferentes faixas etárias. Nas cidades, dependendo da região, os praticantes são mais jovens e estudantes. O hobby tem crescido de forma organizada, especialmente em grupos de condomínios”, explicou.
Oliveira ressaltou ainda que a conscientização sobre respeito, paciência e empatia entre ciclistas e motoristas tem contribuído para a redução de acidentes. “Ainda existem sinistros causados pela falta de práticas de segurança, mas comparando com a última década, houve uma melhora significativa”, disse.
O Estado possui uma estrutura consolidada para o desenvolvimento de políticas de ciclomobilidade, por meio do Programa Paranaense de Ciclomobilidade – CicloParaná, criado pelo Decreto Estadual nº 1517/2015, com foco na mobilidade urbana, lazer, esporte, cidadania e turismo sustentável.
O Detran-PR reforça que a bicicleta é considerada veículo pelo Código de Trânsito Brasileiro e deve respeitar semáforos, sinalização e circulação adequada. “Quando o ciclista desce da bicicleta, equipara-se ao pedestre e seu espaço precisa ser garantido com segurança”, concluiu Oliveira.
Alexia Alves
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