
O descarte irregular de lixo, entulhos e materiais inservíveis em estradas rurais de Maringá, especialmente na Estrada Roseira, na Zona Norte, tem gerado preocupação entre autoridades e moradores da região. Com o aumento das fiscalizações em áreas urbanas e o fechamento de fundos de vale, o problema acabou migrando para áreas rurais, segundo a Secretaria de Infraestrutura.
De acordo com o secretário da pasta, Vagner Mussio, muitas pessoas estão cometendo crimes ambientais ao despejar móveis, resíduos e outros materiais em locais inapropriados, mesmo com alternativas gratuitas disponibilizadas pela Prefeitura.
“Estamos intensificando a fiscalização dentro da Cidade, sinalizando áreas críticas e atendendo denúncias da população. Com isso, alguns infratores estão fugindo para estradas rurais. Mas o mais absurdo é que muitos descartam sofás, guarda-roupas e outros móveis que podem ser recolhidos gratuitamente, com agendamento pela Prefeitura”, afirmou o secretário.
Desde junho, a Prefeitura zerou a fila de espera para o serviço de retirada de inservíveis. Segundo dados da Secretaria de Limpeza Urbana, mais de 9.800 solicitações foram atendidas entre janeiro e agosto deste ano, totalizando mais de mil toneladas de materiais recolhidos, como, sofás, móveis e colchões. Somando todos os resíduos, incluindo recicláveis e eletrônicos, foram coletadas 4.815,3 toneladas no período.
O serviço pode ser solicitado gratuitamente pela Ouvidoria Municipal, por meio do telefone 156, aplicativo Ouvidoria 156 Maringá ou pelo site da Prefeitura.
Apesar disso, o número de ocorrências em áreas rurais vem crescendo. Mussio alerta que o descarte ilegal é passível de penalidades severas. “A mesma multa aplicada dentro da Cidade vale para a zona rural. E se o lixo for jogado próximo a fundos de vale ou nascentes, o infrator comete também um crime ambiental. A multa pode ir de R$ 5 mil até R$ 500 mil. E, se flagrado, o responsável pode ter o veículo apreendido, responder a processo e até ser encaminhado ao Ministério Público”, disse.
Ele destaca que a localização das estradas facilita a identificação dos infratores. “Na área rural, geralmente existe um único acesso de entrada e saída. Se for denunciado, é mais fácil localizar e responsabilizar o autor. Por isso, reforçamos o pedido para que a população da zona rural também faça denúncias.”
Além da fiscalização, a Prefeitura disponibiliza a pedreira municipal como ponto oficial de descarte de volumes maiores. “Hoje, não há justificativa para se encontrar móveis jogados em beiras de estrada. Temos estrutura para atender. A denúncia é fundamental para coibir essa prática”, reforça o secretário.
Atualmente, existe uma lei aprovada pela Câmara de Maringá, de autoria do Executivo, que prevê o pagamento de uma recompensa de R$ 1 mil para cidadãos que denunciarem descarte irregular de lixo. Embora ainda no período de regulamentação, a legislação reforça o estímulo à participação popular no combate aos crimes ambientais.
A Prefeitura lembra que realiza o recolhimento programado de materiais inservíveis, como sofás, colchões, armários, mesas, cadeiras e outros móveis sem utilidade. Itens como entulho de construção, pneus, galhos, paletes, lixo comum e eletrodomésticos não são recolhidos por esse serviço.
Alexia Alves
Foto – Band TV Maringá