Maringá registrou um aumento de 68,4% no número de emplacamentos de veículos logo após o anúncio da redução do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no Paraná. A medida, sancionada ontem pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, reduziu a alíquota do imposto de 3,5% para 1,9%, tornando-a a menor do Brasil.
A nova legislação começa a valer a partir de 2026 e deve beneficiar cerca de 3,4 milhões de proprietários de veículos em todo o estado, com uma economia de até 45% no valor do imposto.
De acordo com dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Maringá passou de 326 veículos emplacados entre os dias 10 e 19 de agosto para 549 no período de 20 a 29 do mesmo mês, intervalo que compreende os 10 dias anteriores e os 10 dias posteriores ao anúncio da redução do IPVA.
O salto posiciona a Cidade como a segunda com maior crescimento percentual no Estado, atrás apenas de São José dos Pinhais, que teve um aumento de 104,8% nos emplacamentos.
O crescimento observado em Maringá faz parte de uma tendência estadual. Todos os 15 maiores municípios do Paraná apresentaram alta nos emplacamentos no mesmo período de comparação e além de São José dos Pinhais e Maringá, destacam-se ainda Campo Largo (53,1%), Cascavel (34,7%) e Apucarana (34,6%).
Em Curitiba, o número subiu 19%, passando de 5.661 para 6.741 registros, enquanto Londrina teve o menor crescimento proporcional da lista, com alta de apenas 4,2%.
O Paraná já vinha apresentando um desempenho positivo no mercado automotivo antes mesmo da mudança na alíquota do IPVA. Entre janeiro e agosto de 2025, o Estado contabilizou 233.127 emplacamentos de veículos novos, um aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2024. Esse número já supera o total de registros de todo o ano de 2022 e se aproxima do volume registrado em 2023.
A redução do IPVA deve consolidar ainda mais essa tendência de alta. Entre os veículos emplacados em 2025, 42% são automóveis, totalizando 97.719 registros, o que representa 15 mil a mais que no ano passado. O número de motocicletas também teve crescimento expressivo, com alta de 52%: foram 62.149 registros entre janeiro e agosto contra 40.865 no mesmo período de 2024.
IPVA
Segundo o governo, a redução do imposto de IPVA de 3,5% para 1,9% só foi possível graças à saúde fiscal do Estado, resultado de anos de gestão responsável, corte de gastos e controle orçamentário. O Paraná ostenta a nota máxima (A+) da Capacidade de Pagamento (Capag) da Secretaria do Tesouro Nacional, sendo um dos poucos estados brasileiros com as contas em dia e dívida negativa, cerca de R$ 7,7 bilhões a mais em caixa do que em débitos.
“É uma medida de justiça tributária. O Estado fez o dever de casa e agora pode devolver esse esforço ao cidadão”, afirmou Ratinho Junior. De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, o bom desempenho fiscal também permitiu a execução de investimentos recordes e maior independência financeira. Em 2024, o Paraná lucrou quase R$ 2 bilhões a mais em aplicações financeiras do que pagou em juros da dívida.
Para viabilizar a redução de arrecadação do IPVA (cerca de R$ 2,8 bilhões a menos), o governo promoveu cortes significativos em despesas não essenciais. Decretos publicados em 2024 e 2025 limitaram gastos com materiais, viagens e eventos, gerando economia de mais de R$ 3,4 bilhões no período.
Apesar da redução do imposto, o Estado garante que os municípios não serão prejudicados. Entre janeiro e agosto de 2025, o governo transferiu mais de R$ 10,2 bilhões às prefeituras paranaenses, crescimento de 84% em relação a 2018.
Da Redação
Foto – AEN
