Maringá está entre os principais polos urbanos beneficiados pelas novas concessões rodoviárias do Paraná. Com leilões marcados para os dias 23 e 30 de outubro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), os lotes 4 e 5 do programa estadual somam mais de R$ 29 bilhões em investimentos e abrangem trechos estratégicos das regiões Norte, Noroeste, Oeste, Vale do Ivaí e Centro-Oeste. Juntas, as duas concessões vão abranger 1.058 quilômetros de estradas, impactando diretamente a mobilidade, a logística e o desenvolvimento regional.
No lote 4, que totaliza 627,5 quilômetros, uma das principais obras previstas é a duplicação da PR-323, considerada uma das mais importantes rodovias do Noroeste paranaense. O trecho liga Maringá a cidades como Cianorte e Umuarama e é responsável por grande parte do escoamento da produção agrícola e industrial da região. Também estão previstas obras em rodovias como a PR-317, que conecta Maringá a outras regiões do estado.
O projeto do lote 4 contempla ainda 231 quilômetros de duplicações, 87 quilômetros de faixas adicionais, 59 quilômetros de contornos viários (incluindo também obras em Londrina, Nova Londrina e Itaúna do Sul), além de 39,4 quilômetros de vias marginais, 34 quilômetros de ciclovias, 39 passarelas, oito passagens de fauna, pontos de ônibus e outras melhorias. O investimento estimado é de R$ 18 bilhões.
Já o lote 5, com 430,7 quilômetros, inclui trechos das BRs 158, 163, 369 e 467, além da PR-317. O pacote prevê R$ 11,7 bilhões em investimentos para a realização de 238 quilômetros de duplicações, 20 quilômetros de vias marginais, 3,7 quilômetros de contornos, ciclovias, passarelas, passagens de fauna e o Contorno de Guaíra, importante para o tráfego na divisa com o Paraguai.
As propostas para o leilão do lote 4 devem ser entregues até o dia 20 de outubro, enquanto as do lote 5 devem ser apresentadas até o dia 27. Os contratos terão duração de 30 anos e seguirão regras estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A expectativa é de que os vencedores sejam definidos ainda em outubro e que os contratos sejam assinados no primeiro semestre de 2026.
A concessão dos lotes 4 e 5 marca a fase final do novo modelo de concessões rodoviárias do Paraná, considerado o maior da América Latina. Ao todo, o programa envolve 3,3 mil quilômetros de rodovias, das quais 1,1 mil quilômetros são estaduais, com investimentos estimados em mais de R$ 60 bilhões ao longo de três décadas.
Os quatro primeiros lotes já estão contratados. O lote 1, operado pela Via Araucária, prevê R$ 7,9 bilhões em investimentos. O lote 2, com gestão da EPR Litoral Pioneiro, tem aporte de R$ 10,8 bilhões. Ambos os contratos estão em vigor desde o início de 2024. Já os lotes 3 e 6 tiveram contratos iniciados em abril de 2025. O lote 3 é operado pela PRVias e conecta o interior ao Porto de Paranaguá, enquanto o lote 6, o maior do pacote, ficou com o Grupo EPR e deve receber R$ 20,2 bilhões em obras.
Da Redação
Foto – AEN
