
O Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, venceu ontem o leilão do Lote 4 das concessões rodoviárias do Paraná, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com um desconto de 21,3% sobre a tarifa básica de pedágio, fixada em R$ 0,1678 por quilômetro. O grupo, que já administra os Lotes 2 e 6, passará a operar um dos trechos mais estratégicos do Estado, conectando Cornélio Procópio a Guaíra e Maringá a Nova Londrina, abrangendo 627,52 quilômetros de rodovias em 33 municípios das regiões Norte, Noroeste e Oeste.
O investimento previsto ao longo do contrato de 30 anos é de R$ 18 bilhões, voltados a obras de duplicação, melhorias, manutenção e construção de contornos urbanos e rodoviários. O aporte inicial, de mais de R$ 358 milhões, será destinado a novos investimentos já previstos no edital, que também garante redução das tarifas em relação ao contrato anterior.
Em Jataizinho, o desconto chega a 61%; em Mandaguari e Presidente Castelo Branco, acima de 47%. Pagamentos automáticos via tag terão desconto de 5%, e motociclistas estarão isentos da cobrança.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou do leilão e destacou que o modelo paranaense de concessões rodoviárias tem gerado grandes investimentos e descontos para a população. “Montamos um modelo que deu certo, e a prova está aqui, com a participação expressiva das empresas, resultando em tarifas menores e obras importantes para o Paraná. No primeiro ano dos dois primeiros lotes, já temos mais de R$ 2 bilhões em obras acontecendo”, afirmou. Segundo ele, o programa representa a maior agenda de infraestrutura da história do Estado, com investimentos totais nos seis lotes que devem alcançar R$ 96 bilhões.
IMPACTOS
O Lote 4 contempla 239,6 quilômetros de duplicações, com destaque para a PR-323, entre Maringá e Guaíra, que terá quase 160 quilômetros duplicados, e outro trecho da PR-323, entre Doutor Camargo e Umuarama, com 114,62 quilômetros, incluindo uma nova ponte sobre o Rio Ivaí. A BR-376 terá 65 quilômetros duplicados entre Maringá e Nova Londrina, beneficiando cidades como Paranavaí, Loanda e Guairaçá.
Além das duplicações, estão previstos contornos urbanos para melhorar a mobilidade e reduzir o tráfego de veículos pesados nos centros urbanos. Em Maringá, o Contorno Sul terá 19,27 quilômetros, com três viadutos tipo diamante e um viaduto tipo trombeta no entroncamento com a PR-897, facilitando o acesso às pistas laterais e descongestionando áreas centrais. Londrina contará com o Contorno Norte, de 30,1 quilômetros, interligando BR-369 e PR-445. Outros contornos estão previstos em Nova Londrina e Itaúna do Sul.
O pacote de obras inclui ainda 157 quilômetros de faixas adicionais, 44 quilômetros de vias marginais, 49 quilômetros de acostamentos, 101 interseções em desnível, 33 retornos, 56 passarelas, 59 quilômetros de novos contornos e 50,5 quilômetros de ciclovias, totalizando mais de uma centena de obras de arte especiais, como pontes e viadutos. Espera-se que o projeto gere mais de 157 mil empregos diretos e indiretos.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que o Paraná consolidou um modelo de concessões rodoviárias como referência no Brasil. “O resultado do Lote 4 reforça a credibilidade do Estado. Investidores sabem que o Paraná oferece um ambiente seguro e sério, capaz de construir a melhor malha rodoviária do País”, disse.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, elogiou a iniciativa do Paraná e destacou o protagonismo do Estado na modernização da infraestrutura nacional. Segundo ele, o programa de concessões, que abrange 3,3 mil quilômetros de rodovias, coloca o Paraná em um patamar de competitividade logística equivalente a São Paulo.
O início das obras no Lote 4 já está previsto para o primeiro ano do contrato, incluindo recomposição da sinalização, serviços de assistência a usuários, operação de pesagem em movimento, câmeras em pontos críticos e detecção automática de incidentes. A expectativa é transformar a mobilidade regional, melhorar a segurança e potencializar o escoamento da produção agrícola, industrial e logística da região, especialmente nas áreas de Maringá e Londrina.
Alexia Alves
Foto – Jonathan Campos
