
A inspiração para este texto de reflexão, veio de crônica de um amigo, muito sábio. Ignorante é uma palavra usada com dois sentidos: Substantivo, significa pessoa que não tem conhecimento e adjetivo, que é de comportamento grosseiro, estúpido, rude.
Aprendi com filosofia espírita que somos criaturas do Criador, que nos criou a todos, ‘simples e ignorantes’, portanto sem conhecimento, e nos concedeu o livre-arbítrio, que pode nos tornar pessoas boas ou nem tanto, grosseiras ou de fino trato, cumpridores das lei ou criminosos. A ignorância não é permanente e todos os espíritos vão progredir, conquistando conhecimento e virtudes através do trabalho e do cumprimento de suas missões.
‘Meu amigo A. A. de Assis, em sua crônica da semana passada, conta que o poeta Pedro Melo confessou que foi uma criança pinta-brava. Se mais tarde se tornou um rapaz bonzinho, foi graças à boa e firme educação que recebera da mãe, que lhe amansou a fúria de um espírito quase indômito. Que além de tudo que lhe ensinou de bom, incutiu-lhe a crença em Deus, a reverência a um ‘Ser Superior”.
Isso fez com que Assis, fizesse uma analogia entre a narrativa biográfica, digamos, que acabara de ler, com a história da humanidade, como se fosse uma criança, que Deus criou com máximo amor e faz tempo vem tentando educa-la, na esperança de algum dia vê-la apta a ser transferida para um lugar bonito e alegre chamado Céu.
Tal qual foi o menino Pedro, assim é a filharada de Deus: uma criançada “difícil, de gênio impulsivo e inconsequente”. Tem dado muito trabalho ao Pai, mas vale a pena insistir. Falta ainda arrancar muita erva daninha, porém a essência é boa. Deus é um Pai paciente e entende muito bem de crianças. Vai deixando a gente fazer traquinagens, dar topadas, cair-levantar, dar de cara na parede. Adota a velha didática do aprender errando. Errando e aprendendo, numa hora dessas a gente finalmente toma tenência na vida, pega rumo e vira gente de verdade.
O Pai poderia simplesmente dar um “stop” nessa maluquice geral, pronunciar um novo “Fiat”( do latim, a palavra significa “faça-se” ou “seja feito”) e mudar a cabeça, o coração e a alma da filharada toda, deixando todo mundo bonzinho. Estaria assim inaugurada a era do pleno amor. Ninguém mais brigaria com ninguém, nem mataria, roubaria. Não se fabricaria bombas e mísseis. Acabaria o egoísmo, ambição, inveja.
Mas o Pai prefere deixar a gente aprender por experiência própria. Desse jeito o aprendizado será mais consistente. Quando Ele achar que chegou a hora, reunirá a filharada toda numa grande festa’.
É mais ou menos assim, prossigo eu para concluir, à luz da filosofia espírita, cujos princípios são: A existência de Deus; a imortalidade da alma; a pluralidade das existências (reencarnação); a comunicabilidade dos espíritos (mediunidade) e a pluralidade dos mundos habitados.
Deus é a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas. Imortalidade da alma: A alma (espírito) sobrevive à morte do corpo físico e continua sua jornada após a desencarnação. Pluralidade das existências: A reencarnação é um processo de evolução, onde o espírito retorna à vida material várias vezes para aprender e progredir moral e intelectualmente. Comunicabilidade dos espíritos: É a capacidade de os vivos se comunicarem com os espíritos desencarnados através da mediunidade. Pluralidade dos mundos habitados: O universo é composto por inúmeros mundos com vida inteligente em diferentes estágios de evolução.
Somos criaturas ignorantes, ainda, no sentido adjetivo. Muitos ignorantes, parcialmente, da verdade, e por isso Jesus disse: ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. A verdade está gravada em nossa consciência, ( leis imutáveis), resumidas nos 10 mandamentos, traduzidos por Jesus em duas frases: Amar a Deus sobre todas as coisas. Ao próximo com a si mesmo. Precisamos acessá-la o mais rápido possível, e usar o livre-arbítrio só para o bem.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reproducão
