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Se baterem na direita, apresente a esquerda

O titulo pode ser uma referência às correntes políticas  de Bolsonaro e Lula, ou de bolsonarista e petistas,  que muitos classificam como de  direita e  esquerda, respectivamente,   no que se refere à ideologia, e outros de  extremistas de direita e de esquerda, que nos parece mais adequado, tal a semelhança entre os militantes mais radicais e os próprios líderes dos dois grupos, que muitas vezes se portam como camaleões ou lobos em pele de cordeiro, com um discurso para os seus e outro para os demais, como afirmou o líder Ricardo Barros, ao responder que o presidente não recuou das agressões ao STF e à China, apenas tem discursos diferentes, dependendo de a quem dirige.
           
Na atual conjuntura muitos batem na direita de Bolsonaro, e se lhe for apresentada a esquerda de Lula, também ‘darão uns bofetes’, pelo extremismo que representam e a experiência de conhecerem o que um já fez e o outro está fazendo, decepcionando aos eleitores  que confiaram que seriam combatentes da corrupção, que acabariam com o toma lá dá cá,   os interesses dos filhos, o alinhamento com o centrão. Não são raros os que prefeririam uma terceira opção de centro direita ou centro esquerda, a chamada terceira via.
           
Mas falar em direita e esquerda pode ser um referência às faces, com adaptação da epígrafe de passagem evangélica: ‘Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra, em que Mateus ( 5:38 a 42), assim narrou palavras do Cristo:  ‘ Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. – Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; – e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhe entregueis o manto;–e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. – Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. 
        
Comentando tal passagem no Livro Evangelho segundo o Espiritismo,   Alan Kardec escreveu, certamente inspirado.
        
Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribuí o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.
        
Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? Não e tampouco quanto o outro que manda se arranque o olho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor.
        
Se lhes não pusesse um freio às agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança. Dizendo que apresentemos a outra face àquele que nos haja batido numa, disse, sob outra forma, que não se deve pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que seja de molde a lhe abater o orgulho; que maior glória lhe advém de ser ofendido do que de ofender, de suportar pacientemente uma injustiça do que de praticar alguma; que mais vale ser enganado do que enganador, arruinado do que arruinar os outros. É, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não passa de uma manifestação de orgulho. Somente a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode dar ao homem forças para suportar com paciência os golpes que lhe sejam desferidos nos interesses e no amor-próprio. Daí vem o repetirmos incessantemente: Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra.’
        
E concluo eu ( Akino), que não devemos nos submeter à direita ou esquerda, muito menos esperar a agressão de um lado para oferecer o outro.  Devemos caminhar pelo centro, em linha reta, de retidão de caráter, algumas vezes pendendo para uma das faixas, seja da direita ou da esquerda, para ultrapassar problemas, visando o bem coletivo.
        
Pautemos nossas vidas pelos ensinamentos de Jesus que foram resumidos em uma frase: ‘Amar a Deus, acima de qualquer coisa e ao próximo como a cada um de nós. Quem ama a Deus não se submete à corrupção, não deseja o poder pelo poder, como parecer ser o caso dos dois principais nomes que buscam o cargo de presidente, mais uma vez.  Vibremos para que o eleito seja alguém que encare como missão conduzir o Brasil a partir de 2023 e que até lá haja uma mudança de rumo do atual mandatário.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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