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Renata vive!

Um amigo postou, no último dia 09 um emocionado relato, falando da filha que,  aos 31 anos de idade, retornou  ao Mundo Espiritual.

 Pedi licença para reproduzir o texto, com pequenas alterações, e completá-lo  com algumas palavras que, imagino, possam servir-lhe de consolação, enviando  vibrações positivas  para a Renata, que como diz o título, escolhido por seu pai, vive:

‘Era cinco de julho, um dia gelado do ano de 1985 quando ela foi apresentada ao mundo. Já chegou gritando, berrando dizendo a que veio.

 Quando menina tinha os cabelos encaracolados, fruto da mistura afro do pai e polonesa da mãe. Parecia um anjinho. Sempre foi sapeca, gostava de brincadeiras de moleques. Vivia se quebrando e cheia de escoriações. E estudiosa, nunca reprovou de ano.

Eu, um leonino da gema, adorava mandar e ela, canceriana nata, detestava obedecer. Tivemos sérios ‘arranca-rabos’ por conta disso. Sempre teve ciúmes de mim, até depois de mulher feita. Casou-se, teve duas filhas lindas e ficou viúva cedo. Superou e continuou a luta.

 A vida nos separou geograficamente e os nossos encontros se tornaram mais espaçados. Em abril de 2016, dia 21, aproveitando o feriado prolongado, se juntou as outras duas irmãs, Janaina e Maiara e veio me visitar. Encontro maravilhoso, muito amor envolvido. Ficou encantada com o meu paraíso e prometeu voltar no fim de ano, mas o destino tinha outros planos para nós, eu e ela.  Em 9 de junho, numa quinta-feira, daquele ano de 2016, um outro dia gelado, ela partiu. Para sempre, sem volta.

 Filha, você exagerou na desobediência, inverteu a ordem natural das coisas, onde seria eu o primeiro a ir. Hoje faz sete anos, de uma data que eu adoraria esquecer, mas que ao contrário, não sai de minha cabeça. Não tem um bendito dia nesses mais de 2.555 que eu não pense em você.

 Que eu não sinta saudades. Que meu coração não sangre. Você não tinha o direito de fazer isso comigo, filha. Descanse em paz e na paz!’

Caro Santiago, eu poderia dizer que sei a dor de um pai que perde um filho, mas isso só é possível para quem passa pela situação. Sem encontrar outras palavras, quero comentar trechos de sua postagem, à luz da filosofia espírita:

A Renata não partiu para sempre, sem volta como você disse. Ela mudou do plano físico para o espiritual, e voltará em outro corpo , pelas vias da reencarnação, quem sabe invertendo a posição com você mesmo. Ela como sua mãe ou pai, você como filha ou filho. O leonino, que adora mandar na atual existência, talvez seja obrigado a obedecer numa próxima. Mas pode ser que   espere por você na outra dimensão, para um balanço de erros e acertos da vida de pai e filha e decidam mudar de família para uma próxima existência, prosseguindo como irmãos universais, digamos.

Não houve inversão da ordem natural das coisas, que prevalecem apenas no sentido material da vida. Os pais não devem, necessariamente, irem primeiro que filhos. É o mais comum, mas não é uma regra.

 A morte física é a única certeza que temos, mas a ninguém é dado saber quando vai acontecer. Os 31 anos, talvez seja o tempo que faltou de outra existência  que ela completou agora.

Conhecendo um pouco a Renata, pela postagem e alguns comentários, creio que ela não se sentiria bem, no auge da juventude, em ficar descansando passivamente. Ninguém fica descansando quando passa para outro lado da vida, a não ser nos primeiros dias, após a morte física, quando geralmente ficamos hospitalizados nos recuperando.

E para finalizar algumas palavras a   Ela:   ‘Deixaste o envoltório grosseiro, sujeito às vicissitudes e à morte, mas conservastes  os envoltórios etéreos, imperecíveis. Se não vives mais pelo corpo, vives, pelo Espírito, e essa vida espiritual está isenta das misérias que afligem a Humanidade. Podes agora contemplar novas maravilhas e, quando quiser, voltar ao verdadeiro paraíso na Terra, tão falado por seu pai, sem uma viagem cansativa.

Renata vive, viva a Renata! Esteja na paz, mas numa paz ativa.

Akino Maringá, colaborador 
Foto – Reprodução

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