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O sofrimento nos fortalece

Nossa visão limitada dos acontecimentos da vida, às vezes, não nos permite entender os mecanismos divinos na coordenação da Sua obra.

Quando vemos um pequeno ramo verde romper a terra firme e elevar-se em direção ao sol, buscando instintivamente a luz, não compreendemos quais os objetivos divinos que lhe estão determinados.

Passados alguns dias, voltamos a atenção para o pequeno ramo e nos surpreendemos. Não é mais um raminho. Está mais forte. Nós o vemos ser açoitado por rajadas de vento, por chuvas torrenciais ou pelo sol escaldante.

A pequena planta se dobra. É jogada de um lado para o outro. Algumas folhas, ainda frágeis, não resistem, desprendem-se dos galhos e são levadas. A chuva castiga, o sol maltrata. Porém, a pequena árvore não sucumbe. Dentro de alguns anos o tronco estará mais firme, já não se dobrará tanto com os açoites do vento, e as raízes buscaram sustentação no solo generoso.

E, nesse fenômeno da natureza, os objetivos do Criador se cumprem. A semente se converte em planta, que se faz árvore, floresce, frutifica e espalha novas sementes que germinarão e frutificarão.

Como ocorre com a árvore, nós também passamos por momentos em que sentimos, no corpo e na alma, os açoites do vento cruel dos sofrimentos. De outras vezes, são as tempestades de problemas que testam a nossa resistência. Em outros momentos, é o sol escaldante da solidão, do desalento, nos deixando exaustos e desejosos de nos jogarmos ao chão, para não mais levantar.

Nessas circunstâncias, devemos nos espelhar nos exemplos da natureza. A árvore somente se mantém em pé porque se faz flexível diante dos embates. Enquanto o vento a inclina, fazendo-a tocar o solo, as raízes se firmam na intimidade da terra, tornando-a mais forte e resistente.

Quando as baixas temperaturas do inverno lhe queimam a ramagem, ela não desiste, permanece em pé, aparentemente vencida para, logo mais, enfeitar-se novamente com folhas e flores, em sua busca do sol, sua fonte de vida.

Pensando a respeito dessas singelas experiências da natureza, poderemos entender os objetivos do sofrimento em nossas vidas. Quando o arado da dor penetra o solo árido dos nossos corações, é com o objetivo único de afofar a terra da nossa intimidade para que ali germinem as sementes do amor.

Quando as enfermidades dilaceram o nosso corpo físico, é para que percebamos a nossa fragilidade e busquemos fortalecer o Espírito imortal que somos, voltando-nos para o Criador.

Este texto, da redação do Momento Espírita, nos faz concluir que assim como as plantas buscam o sol, nós, por força do Amor Divino, buscamos a luz. Fomos criados para a perfeição, mas essa perfeição relativa que nos cabe, só se dará por nossos próprios esforços, superando as dificuldades naturais da caminhada.

Aproveitemos os embates da vida para nos fortalecer, buscando nos elevar, na direção do Cristo, que é, sem contestação, o Caminho que nos conduzirá ao Pai.

A nossa dor, o nosso problema pode, no momento, parecer tão insuportável ao nosso coração, que nem queremos comentá-lo. Muitas vezes, a experiência de vida na Terra nos exige muito esforço para superarmos determinadas provas.

Não esmoreçamos. Elevemos nosso pensamento àquele que sabe de todas as coisas, e confiemos. Abracemos com coragem nossas obrigações, e façamos das nossas atividades o escudo que nos protegerá na caminhada. A oração nos renova as energias, e o trabalho nos permite a bênção de ocupar o tempo de forma honesta e digna.

Tenhamos em mente: Deus não nos abandona. É justamente nos momentos mais difíceis que Ele nos carrega nos braços. Façamos a nossa parte e esperemos com fé e paciência. Ele usa meios de ação que desconhecemos.

Direcionemos nosso olhar para frente e continuemos. O horizonte nos reserva surpresas incríveis, e é necessário que não desistamos da jornada. Logo mais, quando menos esperarmos, oportunidades novas surgirão nos surpreendendo positivamente, pois o sofrimento nos fortalece.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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