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Um maringaense de Ribeirão Claro

        Dia desses, vi em de Maringá um veículo identificado como do legislativo de Ribeirão Claro e logo lembrei de uma recente conversa com um amigo, maringaense   por adoção, como eu, que tem muito orgulho de ser ribeirão-clarense de nascimento.

        Refiro-me ao senhor Edgar Baggio, que não aparenta os   87 anos já vividos  na atual existência, sempre um papo agradável. Proseamos por quase duas horas sobre a paixão em comum, pelo Palmeiras, e falamos de nossas   atuais existências. A dele começada em Ribeirão Claro, na roça, como a minha em Alfredo Marcondes-SP, e aqui também coincide o fato de, ainda   jovens, descobrirmos que não seria como lavradores que ganharíamos o sustento.

       Foi trabalhar   numa  farmácia,  depois  na área de seguros, como corretor, e chegou ao cargo de Coordenador Regional Cia de Seguros Minas Brasil, em Maringá, laborando até depois dos 70 anos. Constituiu família cedo, com Dona Terezinha, companheira inseparável   de mais de 60 anos, que recentemente retornou ao Mundo Espiritual, a mãe dos 03 filhos, que souberam educar e encaminhar na vida.

       Contou-me que Ribeirão Claro teve a primeira ponte  pênsil do Brasil, inaugurada em 1920 que permite a ligação entre Ribeirão Claro (PR) e Chavantes (SP).  Confesso que pouco conhecia sobre aquela cidade, cuja história, de forma resumida, é a seguinte:

 No final do século XIX, agricultores e colonizadores procedentes dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, cruzaram o Rio Itararé   e deram início ao povoado que se transformou, em  1897, num Distrito Judiciário. No dia 02 de abril de 1900, o Presidente do Estado sancionou a Lei N.º 352, criando a Vila, concretizando assim a aspiração daquela gente. Em 22 de setembro de 1900, foram eleitos o primeiro Prefeito e vereadores, que tomaram posse em 29 de setembro.

       A família Baggio estava entre os imigrantes italianos que aportavam a todo instante em terras brasileiras, e chegaram para se instalar no  povoado, então chamado de  Taquaral, localizado às margens de um riozinho de águas claras e límpidas, denominado desde logo de Ribeirão Claro, que mais tarde veio emprestar seu nome ao município, substituindo  o  primitivo.

       Segundo dados do IBGE, Ribeirão Claro  tem 12.364 habitantes , vocação rural e produz, além de um café de reconhecida qualidade, leite, milho, geleias e compotas. Criação de gado de corte e aves completam esse quadro, além do turismo.

O potencial turístico da cidade é grande. A localização privilegiada, às margens do Rio Paranapanema, as belas paisagens naturais e a proximidade da Represa de Chavantes atraem turistas de diferentes regiões, em todas as épocas do ano. Balneários, cachoeiras, morros e fazendas são opções preferenciais de lazer que movimentam a economia de pousadas, parques aquáticos e operadoras de esportes radicais.

Falar de Ribeirão Claro é uma forma de homenagear um homem que pertence a uma geração, em que a  palavra empenhada, quase sempre  era cumprida, e os contratos podiam ser firmados na base do ‘fio de bigode’. De uma época  em que  ser  honesto e  ético era obrigação, não uma virtude excepcional ,como alguns dizem hoje.

        Tempo de muitos homens de bem, que nas palavras de Alan Kardec são aqueles que buscam praticar a lei de justiça, amor e caridade, e estão sempre analisando suas condutas. Se fizeram pelos outros tudo o que queriam que os outros fizessem por eles. Que compreendem que todas as dificuldades da vida são provas ou expiações. Que sabendo que ainda têm defeitos a corrigir,    são indulgentes com as fraquezas alheias.

       Concluo este texto após uma vitória maiúscula do  Palmeiras, diante do América mineiro. Nosso time, como nossas existências atuais, nos dão alegrias e tristezas. Acredito que o saldo seja positivo para nós, ‘Seu Baggio’, como respeitosamente chamamos o cidadão Edgar Baggio, um homem de bem, maringaense de Ribeirão Claro, que contribuiu para o progresso das duas cidades.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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