
Dias atrás, li uma frase do poeta Fabrício Carpinejar que quero compartilhar com você: “O medo de errar será sempre seu principal erro. Você pode não viver por excesso de cautela.”
O medo de dar um passo errado muitas vezes nos paralisa. Mas será que, ao tentar evitar erros, a gente não está cometendo o maior erro de todos: deixar de viver?|
Antes de mergulhar nessa reflexão, deixa eu esclarecer uma coisa. Essa ideia não vale para tudo. Não é sobre ignorar a ética, trair a confiança de alguém ou aproveitar uma chance para passar a perna nos outros. Também não é sobre enganar no trabalho ou em qualquer relação. A frase de Carpinejar fala de outro tipo de cautela: aquela que nos impede de tentar, de nos arriscar em nome de algo que vale a pena.
Pensa comigo: quantas vezes a gente deixou de fazer algo por medo de errar? Talvez você tenha uma ideia incrível para um projeto, mas ficou pensando: “E se não der certo?” Ou quis mudar de carreira, aprender algo novo, começar um hobby, mas a voz na sua cabeça disse: “Melhor não, vai que eu me arrependo.” Esse medo é como uma âncora. Ele te mantém no mesmo lugar, seguro, mas sem sair do porto.
O problema é que a vida não acontece na segurança. A vida acontece quando a gente se arrisca. Quando dá o primeiro passo, mesmo sem saber onde a estrada vai dar. Claro, ninguém tá falando para você pular de cabeça sem pensar. Mas entre planejar com cuidado e ficar paralisado pelo medo, tem um abismo. E é nesse abismo que a gente perde oportunidades, sonhos, histórias.
A Bíblia, aliás, está cheia de exemplos disso. Pense em Pedro, chamado por Jesus para andar sobre as águas (Mateus 14:29). Ele poderia ter dito: “Tá louco, Senhor? Vou afundar!” Mas ele foi. Deu o passo. Sim, ele teve medo, vacilou, começou a afundar. Mas sabe o que aconteceu? Jesus o segurou. O erro de Pedro não foi tentar — foi duvidar no meio do caminho. E mesmo assim, ele viveu algo que os outros discípulos, seguros no barco, nunca experimentaram.
A gente precisa entender que errar faz parte. Não é o fim da história, é só um capítulo. O erro te ensina, te molda, te aponta o caminho certo. Mas o medo de errar? Esse só te rouba. Rouba sua coragem, sua criatividade, sua chance de ser quem Deus te chamou pra ser. Como diz Carpinejar, você pode “não viver” por tanto querer se proteger.
Então, como sair dessa armadilha? Primeiro, reconheça o medo, mas não deixe ele mandar em você. Sabe aquela ideia que tá guardada na gaveta? Tire ela de lá. Quer estudar algo novo, falar com alguém, tentar um caminho diferente? Comece pequeno. Mande aquele e-mail, faça uma aula experimental, dê o primeiro passo.
Segundo, confie em Deus. Em Isaías 41:10, Ele diz: “Não temas, pois estou com você.” Ele não promete que você nunca vai errar, mas promete estar ao seu lado. Isso já é motivo suficiente para tentar.
E, por último, lembre que a vida é curta demais pra ficar no “e se”. E se der errado? Pode ser. Mas e se der certo? E se, mesmo dando errado, você aprender algo que mude tudo? O maior risco não é errar — é nunca descobrir o que poderia ter sido.
Pensa nas pessoas que te inspiram. Elas não chegaram onde estão por sempre jogar seguro. Elas tentaram, caíram, ajustaram a rota e continuaram. São pessoas que escolheram viver, não só sobreviver.
Pegou a ideia?
O medo de errar não pode ser maior que a sua vontade de viver. Não deixe a cautela te prender. Escolha tentar, mesmo que o coração acelere. Cada passo, mesmo os trêmulos, é um jeito de dizer “sim” à vida que Deus colocou na sua frente.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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