Início Colunistas Tem descanso que não é sobre dormir, é sobre desligar a mente

Tem descanso que não é sobre dormir, é sobre desligar a mente

Sabe aquela sensação de cansaço que não passa? Você dorme, dorme, mas acorda exausto. O corpo até descansa, mas a mente parece que continua ligada no 220 volts? A gente vive correndo, se desdobrando em mil papéis, com o celular na mão, recebendo informação o tempo todo. Essa é a verdade de muitos de nós: vivemos exaustos. Não apenas fisicamente — mas mentalmente, emocionalmente.

E, às vezes, achamos que a solução é simples: “Dormir, preciso dormir”. E é fato: dormir faz bem. Precisamos de boas noites de sono. Mas tem cansaço que o sono não cura.

O que nos desgasta não é só a falta de horas na cama. É o excesso de estímulos que não param nunca. É a mente que não desliga. É a cobrança, interna e externa, a comparação, a lista de tarefas que só cresce. É o constante “estar ligado”, conectado, respondendo, produzindo – ou só consumindo conteúdos na tela do celular. 

Esse esgotamento mental tem um preço alto, e a ciência nos mostra isso. Uma mente que não descansa, sofre e faz sofrer. 

Primeiro, o esgotamento mental afeta nossa saúde. O estresse crônico libera hormônios que prejudicam o sistema imunológico, a digestão, o sono (ironicamente!), e pode levar a problemas como ansiedade, depressão e burnout. 

Segundo, prejudica as relações. Com a mente acelerada e o corpo exausto, nossa paciência diminui; a gente fica de “pavio curto” – pronto pra explodir. Falta energia para dar atenção às pessoas. 

Terceiro, o cansaço reduz a produtividade e a criatividade. Gente cansada tem dificuldade de se concentrar, de tomar decisões claras, de ter novas ideias. A qualidade do trabalho e das tarefas diárias cai.

E o cansaço ainda nos desconecta de nós mesmos e de Deus. Quando estamos sempre correndo, perdemos a capacidade de olhar para dentro, de ouvir o nosso coração. Também nos sentimos tão esgotados que falta disposição até para um breve devocional, uma oração. 

Mas e aí, o que podemos fazer? A ciência tem algumas sugestões. 

Desligar o celular por alguns períodos, de forma intencional, ajuda demais a dar um tempo para a mente. Precisamos de tempo “livre de tela” em casa e parar de “rolar” conteúdos sem fim no celular antes de dormir. Esses são passos fundamentais para acalmar a mente. 

Outra coisa que precisamos aprender: é passar tempo em ambientes naturais — um parque, uma praça, um jardim. Criar esse hábito ajuda a reduzir os níveis de cortisol (o hormônio do estresse), melhora o humor e diminui a ruminação mental. Estar em contato com a natureza nos acalma, ajuda a limpar a mente, desfocar. 

Outra sugestão: engajar-se em atividades que nos absorvem completamente, como um hobby (pintar, tocar um instrumento, cozinhar, jardinagem). Essas são formas poderosas de descanso ativo. 

Por fim, conecte-se com pessoas de verdade pra papear, olho no olho, sem celular. Conversas profundas com pessoas que amamos, risadas genuínas, e momentos de partilha alimentam a alma e aliviam o cansaço. 

Pegou a ideia? 

O verdadeiro descanso, aquele que sua alma e sua mente anseiam, não é apenas sobre dormir mais. É sobre aprender a sair do “piloto automático”, quebrar o ritmo, silenciar o excesso de ruído e se reconectar com o que realmente importa: você, suas relações, sua essência. Este é um ato de cuidado de si.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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