Muitos de nós nos esforçamos. Dedicamos tempo à carreira, tentamos melhorar nossos relacionamentos, buscamos evoluir como pessoas. No entanto, com frequência, os resultados parecem não corresponder ao empenho. Sentimos que patinamos. Diante dessa frustração, raramente nos questionamos: será que o problema não está no esforço, mas nos exemplos que estamos seguindo?
Navegamos em um oceano de informações onde as narrativas mais ruidosas e dramáticas capturam nossa atenção. Consumimos o “fast-food” de conteúdo: a tendência do momento, o conselho superficial de quem fala alto e ganha muitas curtidas nas redes – mesmo quando falta uma jornada de seus resultados. Por conveniência ou distração, acabamos modelando referências de baixo valor. E a qualidade dos nossos exemplos, inevitavelmente, define os nossos resultados.
Nessa última semana, li uma frase atribuída ao general Dwight Eisenhower, que foi presidente dos Estados Unidos. Ele dizia: “Aprenda o máximo que puder com aqueles que sabem mais do que você, que fazem melhor do que você, que veem mais claramente do que você”. A lógica é simples: se você quer construir algo de valor, estude quem já fez ou faz a diferença.
A aplicação desse princípio exige uma mudança de postura. Significa desligar o piloto automático e começar a procurar, deliberadamente, por modelos de excelência nas áreas que desejamos aprimorar.
Nos relacionamentos afetivos, por exemplo, em vez de absorvermos apenas as narrativas de términos e traições, devemos buscar e observar os casais que construíram parcerias produtivas. São aqueles que, após anos, mantêm o respeito, a admiração e o diálogo como pilares. O que podemos aprender com a forma como eles administram as finanças, apoiam um ao outro em momentos de crise e mantêm a chama da intimidade acesa?
Na vida profissional, em vez de seguir conselhos de quem vive com problemas nos empregos, podemos estudar profissionais com trajetórias admiráveis e sustentáveis. Pessoas que cresceram com integridade, construíram uma reputação sólida e hoje são referências em suas áreas. Como eles lidam com a pressão? Como equilibram a vida pessoal e profissional? Que hábitos de aprendizado contínuo eles mantêm?
O segredo para extrair valor desses modelos não é apenas ouvir o que dizem, mas estudar seus rituais. A excelência não reside em declarações nas redes, mas em hábitos diários e consistentes – e talvez bons exemplos estejam próximos de nós. O sucesso é um sistema, não um segredo. Nosso trabalho é observar esse sistema em ação e adaptar seus princípios à nossa própria realidade.
Aqui, porém, é importante diferenciar experiência de sabedoria. Alguém que passou por múltiplas falências tem experiência em quebrar empresas, mas não necessariamente sabedoria em como construir uma. A pergunta-chave para filtrar suas referências é: “O resultado que essa pessoa tem hoje é o resultado que eu desejo para mim no futuro?”.
A mensagem é, portanto, direta e prática. Se os seus resultados atuais não o satisfazem, talvez seja hora de auditar seus mentores, seus influenciadores, seus exemplos. A busca por melhores referências é o atalho mais inteligente para uma vida de maior sucesso e significado. Quem são as pessoas que, silenciosamente, já alcançaram o que você tanto almeja, e o que você pode começar a aprender com elas ainda hoje?
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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