
Você já se sentiu completamente travado diante de uma escolha importante? Com um medo paralisante de decidir errado? E depois que finalmente decide, com muito custo, você fica naquela angústia, naquela ruminação sem fim: “será que eu fiz a coisa certa?”, “e se o outro caminho fosse melhor?”. Se essa sensação é familiar, este papo é pra você.
Essa dificuldade em tomar decisões foi o tema de uma pergunta que recebi dias atrás de uma seguidora no Instagram. Ela queria saber: “Como posso ser mais assertiva nas minhas decisões?”. E essa pergunta é essencial para uma das conversas mais importantes que podemos ter sobre maturidade e paz de espírito.
Primeiro, a gente precisa entender o que é ser assertivo numa decisão. Não é ser agressivo ou teimoso. Ser assertivo envolve três coisas:
Primeiro, clareza para entender o que você quer, com base nos seus valores. Segundo, coragem para bancar a sua escolha, mesmo que ela desagrade alguém. Terceiro, e talvez o mais difícil, compromisso para seguir em frente com a decisão tomada, sem ficar se torturando com as alternativas que você deixou para trás.
E é nesse terceiro ponto que muitos de nós tropeçamos. Existem, basicamente, dois perfis de pessoas na hora de decidir.
O primeiro é o “caçador da decisão perfeita”. Ele acredita que, para cada problema, existe uma única resposta 100% correta, e a missão dele é encontrá-la. Ele pesquisa sem parar, faz mil planilhas, ouve mil opiniões, e fica paralisado pela análise. E mesmo quando decide, ele é o campeão do arrependimento, sempre achando que a outra opção poderia ter sido um pouquinho melhor.
Mas existe o segundo perfil, o da pessoa que busca o “bom o suficiente”. Ela entende que a “decisão perfeita” é uma ilusão. Em vez de se paralisar, ela define seus critérios mais importantes, encontra uma opção que responde bem a eles, e faz a sua escolha com confiança. Ela não perde a paz procurando o “perfeito” inalcançável; ela encontra a paz no “muito bom” que é real.
Ser assertivo é aprender a agir mais como esse segundo perfil. É trocar a busca infinita pela perfeição pela paz de uma boa decisão.
Então, como treinamos essa mentalidade? Primeiro: Defina seus “inegociáveis”. Ou seja, saiba o que, pra você, é inegociável. Antes de olhar para as opções lá fora, olhe para dentro. Nesta decisão, quais são os dois ou três critérios que são absolutamente essenciais para você? Do que você não abre mão? Ter esse filtro claro simplifica a escolha e diminui a angústia.
Segundo: Use a “regra dos 80 anos”. Essa é uma ferramenta mental poderosa. Quando estiver travado, faça uma viagem no tempo. Imagine-se com 80 anos, olhando para trás. E se pergunte: “Eu vou me arrepender mais de ter tentado isso e talvez ter errado, ou de nunca ter tentado?”. Essa pergunta costuma calar o medo de curto prazo e amplificar a voz da sabedoria de longo prazo.
E terceiro: Adote a mentalidade de crescimento para as suas decisões. Lembre-se: não existe decisão “errada” se você se comprometer a aprender com ela. Uma decisão que não trouxe o resultado que você esperava não é um atestado da sua incapacidade; é uma aula. E, geralmente, as aulas mais caras são as que mais ensinam.
Pegou a ideia?
Ser assertivo não é ter a garantia de que você vai acertar sempre. Ninguém tem. Ser assertivo é ter a coragem de escolher um caminho, a humildade de aprender com ele e, acima de tudo, a paz de espírito para não ficar olhando pelo retrovisor, remoendo as estradas que você não pegou. A vida acontece pra frente.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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