
Você já recebeu aquela dica “infalível” de saúde num grupo de WhatsApp? Aquele vídeo de um suposto especialista prometendo uma cura milagrosa? Ou talvez uma oferta de investimento com lucros garantidos – uma oferta que parecia boa demais pra ser verdade?
A internet está cheia disso. Um mar de informações; muitas vezes, é difícil separar o tesouro do lixo.
Dias atrás, uma seguidora compartilhou comigo uma preocupação muito pertinente. Ela falou sobre o marketing pesado na internet e os riscos de seguir dicas de saúde de “médicos” duvidosos, especialmente o perigo que isso representa para os nossos idosos.
Vivemos numa era onde qualquer pessoa, com um celular na mão e um pouco de carisma, pode se autoproclamar especialista em qualquer assunto. E o marketing digital, com seus gatilhos emocionais, cria uma embalagem tão bonita que, muitas vezes, a gente compra o conteúdo sem verificar o que tem dentro.
E o perigo não está só nas dicas de saúde duvidosas, que podem levar pessoas a abandonar tratamentos médicos seguros ou passar a usar substâncias perigosas. O perigo está em todo lugar: nos “gurus” financeiros que prometem riqueza rápida, mas que, na verdade, só enriquecem às custas da ingenuidade alheia; nos “coaches” de relacionamento que dão conselhos rasos e, por vezes, tóxicos, disfarçados de autoajuda; nas notícias falsas disfarçadas de jornalismo sério, que manipulam a opinião e semeiam a discórdia.
Enfim… Na internet, tem conteúdos para todos os gostos. E sempre alguém espalhando pseudo-verdades. Quem são as maiores vítimas? Muitas vezes, são os mais vulneráveis.
Nossos idosos estão entre eles. Mas também pessoas que estão passando por um momento de fragilidade, de dor, de desespero, e que se agarram a qualquer promessa de alívio rápido. E o risco se amplifica porque, muitas vezes, nós ajudamos a espalhar esses conteúdos.
Então, como agir? Primeiro ponto: Não se trata de desconfiar de tudo e de todos; trata-se de desenvolver um olhar crítico. E aqui vão algumas dicas práticas:
Verifique a fonte. Quem está dizendo isso? Qual é a formação dessa pessoa? Ela tem autoridade acadêmica? É especialista? É reconhecida por alguma instituição séria? Ou a única credencial dela são os milhares de seguidores? Pesquise. Lembre-se: popularidade não é sinônimo de credibilidade.
Desconfie de promessas milagrosas e soluções fáceis. A vida real é complexa. Curas instantâneas, riqueza sem esforço, felicidade garantida em 5 passos… geralmente são iscas. Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é mentira.
Procure por confirmação (ou por contestação). Não aceite a primeira informação que aparece. Busque outras fontes. Veja se veículos de imprensa sérios, universidades ou especialistas reconhecidos falam a mesma coisa. Ou se, pelo contrário, eles alertam sobre os riscos.
E a mais importante: na dúvida, consulte um profissional de verdade. Se a dica é sobre saúde, fale com o seu médico de confiança. Se é sobre dinheiro, procure um consultor financeiro certificado. Se é sobre emoções, busque um psicólogo. Substituir o conhecimento real pela opinião de um influenciador pode custar caro demais.
Pegou a ideia?
A internet é uma ferramenta fantástica, mas ela exige de nós uma postura ativa e crítica. Não seja um consumidor passivo de informação.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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