
Dias atrás, eu vi um trecho de uma fala da Cristina Junqueira, uma das fundadoras do Nubank, no Instagram. Perguntaram a ela qual era o seu maior diferencial como profissional. A resposta dela não foi sobre finanças, gestão ou tecnologia. A resposta dela foi direta: a sua fome e sua capacidade de aprender muito rápido.
Tenho profunda identificação com essa fala da Cristina Junqueira. Em um mundo onde tudo muda numa velocidade alucinante, a nossa capacidade de aprender se tornou a habilidade mais importante de todas para se manter relevante.
O Fórum Econômico Mundial, em seus relatórios sobre o futuro do trabalho, calcula que a “meia-vida” de uma habilidade técnica hoje é de menos de cinco anos. Você sabe o que isso significa? Significa que metade do que você sabe hoje para realizar seu trabalho, daqui a cinco anos, já vai estar obsoleto. Já não vai servir pra muita coisa.
Pensa no impacto disso. A geração dos nossos pais e avós aprendia uma profissão e podia seguir com ela, com pequenas atualizações, pela vida toda. Para a nossa geração, e principalmente para as futuras, esse mundo acabou. A estabilidade não está mais no que você sabe. Está na sua capacidade de aprender o que você ainda não sabe.
E eu sinto isso na pele, todos os dias. Eu sou um homem de 50 anos. Seria muito fácil para mim me acomodar, usar a desculpa do “no meu tempo era diferente”, rejeitar as novas tecnologias, ter preguiça de entender o mundo que está nascendo. Mas todos os dias me atrevo a experimentar algo diferente no mundo das IAs.
Nestas últimas semanas, recebi a missão de lecionar sobre Marketing Digital na universidade. Eu mergulhei de cabeça. Li, estudei, pesquisei, conversei com gente da área como se eu fosse um iniciante. Por quê? Porque a fome de aprender é o que nos mantém vivos. É o que nos mantém relevantes. É o que nos mantém conectados com o mundo.
E aqui a gente volta para a questão da mentalidade, que já conversamos antes. A mentalidade fixa diz: “Eu já sei o suficiente”, “Isso não é pra mim”, “Eu não tenho mais idade pra aprender isso”. Essa mentalidade é uma sentença de obsolescência. É a receita para se tornar irrelevante.
A mentalidade de crescimento, a mentalidade do aprendiz, por outro lado, pergunta: “O que eu posso aprender hoje?”, “Como isso funciona?”, “Quem pode me ensinar sobre isso?”. Essa é a mentalidade que prospera no século 21.
Como disse o futurista Alvin Toffler, de uma forma genial: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.”
Essa é a dança da nossa era. “Desaprender” o que não serve mais. E “reaprender” de uma nova forma.
Então, o convite que eu te faço hoje é: como está a sua “fome de aprender”? Qual foi a última vez que você se dedicou a aprender algo novo, de verdade, só pela curiosidade ou pela necessidade de crescer?
Não precisa ser uma nova faculdade. Pode ser um curso online, um vídeo no YouTube que te ensine algo, um podcast, uma conversa honesta com alguém mais jovem da sua equipe, um livro sobre um assunto que você não domina. A fonte da juventude, talvez a gente nunca encontre. Mas a fonte da relevância, tenho certeza que existe. E o nome dela é “fome de aprender”.
Pegou a ideia?
Não deixe sua curiosidade morrer. Seja um eterno aprendiz. Porque no mundo de hoje, quem para de aprender, começa a morrer profissionalmente.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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