
O que vale mais no seu currículo hoje: a lista de certificados e/ou diplomas que você já conquistou ou a sua capacidade de aprender? A pergunta pode parecer estranha, mas ela define quem vai prosperar e quem vai ficar para trás no mundo em que vivemos.
Eu comecei minha carreira numa época em que o diploma era quase uma garantia. A gente aprendia uma profissão e seguia com ela. Mas o mundo que eu conheci quando jovem simplesmente não existe mais. E hoje, como um profissional que já completou 50 anos e há 37 anos atua no mundo do trabalho, eu tenho me perguntar todos os dias: o que eu preciso aprender agora para não me tornar irrelevante amanhã?
Frequentemente, faço essa provocação aos meus alunos e os incentivo a compreender que o questionamento “o que devo aprender hoje para seguir relevante?” deve ser repetida todos os dias.
E a urgência dessa pergunta é confirmada pelos fatos. O Fórum Econômico Mundial calcula que a “meia-vida” de uma habilidade técnica hoje é de menos de cinco anos. Isso significa que metade do que você sabe para realizar seu trabalho, daqui a cinco anos, já vai estar obsoleto. A estabilidade não está mais no que você sabe, mas na sua capacidade de aprender.
Mas aí vem a pergunta chave: aprender o quê? No meio de tanta informação, para onde devemos direcionar nossa “fome de aprender”?
E é aqui que os estudos de tendência, como os do Fórum Econômico Mundial, nos dão um mapa valioso. E a grande surpresa é que as habilidades mais importantes do futuro não são, em sua maioria, sobre máquinas. São sobre gente. Elas se dividem em três grandes áreas.
Primeiro, precisamos nos aprofundar na nossa capacidade de PENSAR BEM. Habilidades como pensamento crítico, pensamento analítico e a resolução de problemas complexos estão no topo da lista. O futuro não será de quem tem mais informação, mas de quem sabe o que fazer com ela, de quem sabe analisar, questionar e criar soluções originais.
Segundo, precisamos desenvolver a nossa capacidade de NOS REINVENTAR. E aí entram a resiliência, a flexibilidade e, claro, a própria aprendizagem ativa. É a mentalidade de crescimento na prática. É a habilidade de cair, aprender com o tombo e se levantar mais forte. É a coragem de desaprender o que não serve mais para reaprender de uma nova forma.
E terceiro, e talvez o mais importante de tudo: precisamos urgentemente melhorar a nossa capacidade de NOS CONECTAR com outras pessoas. Habilidades como Inteligência Emocional, liderança, influência social e negociação são vistas como essenciais. Em um mundo cada vez mais automatizado, a nossa habilidade mais valiosa é a mais humana de todas: a empatia, a colaboração, a capacidade de inspirar e de servir.
Percebe o padrão? A “fome de aprender” que o futuro exige não é só sobre fazer mais um curso técnico. É, acima de tudo, sobre se tornar um pensador mais aguçado, um profissional mais resiliente e um ser humano mais conectado.
Pegou a ideia?
Não deixe sua curiosidade morrer. Não deixe seu conhecimento virar peça de museu. O analfabeto do nosso tempo não é quem não sabe ler, mas quem desaprendeu ou tem preguiça de aprender. No mundo de hoje, quem para de aprender, fica para trás.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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