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 A arte esquecida de lidar com gente

Você já se sentiu sozinho, mesmo cercado de gente? Já saiu de uma reunião de trabalho ou de uma conversa em família com a sensação de que ninguém te ouviu de verdade? Já teve uma briga em casa por um mal-entendido bobo, que virou uma guerra? Se você sente que suas relações estão cada vez mais difíceis, que a conexão com as pessoas está se perdendo, o papo de hoje é para você. 

Vivemos numa era de individualismo; cada um parece estar gritando a sua própria verdade, mas pouca gente está disposta a ouvir. E o resultado é uma epidemia de solidão e conflito. Desaprendemos a arte de lidar com gente.

Dias atrás, me deparei com os princípios do livro clássico de Dale Carnegie, “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”. E o que me pareceu fascinante é que aquela sabedoria, de quase 100 anos, continua super atual e pode funcionar como resposta para as nossas dores de hoje. E o segredo que amarra tudo é um só: tire o foco de você e coloque no outro. Veja como é prático.

Para você que vive cansado de brigas e discussões inúteis, o antídoto é o Princípio da Humildade. Ele reúne três atitudes que desarmam o orgulho: primeiro, não critique – a crítica quase sempre coloca o outro na defensiva; segundo, admita seus próprios erros rapidamente – nada demonstra mais força do que um “eu errei”; e terceiro, evite confrontos desnecessários – a sabedoria não está em ganhar todas as brigas, mas em escolher não entrar naquelas que só servem para ferir.

Para você que se sente invisível e desvalorizado, a resposta é o Princípio do Interesse Genuíno. O verdadeiro interesse pelo outro se manifesta em ações que mostram para a outra pessoa que você se importa com ela. Primeiro, fale bem das pessoas – e não se trata de falar bem para a pessoa; trata-se de falar bem de uma pessoa para outras pessoas, isso constrói confiança; segundo, memorize os nomes – o nome de alguém é, para essa pessoa, a representação maior de sua identidade e, quando você guarda o nome dela, está dizendo “eu sei quem você é, eu me importo com você”; e terceiro, ouça de verdade os interesses do outro – quando você para de esperar sua vez de falar e mergulha no mundo de alguém, a conexão acontece.

Para você que sente uma frieza e uma distância nas suas relações, a ferramenta é o Princípio da Empatia Ativa. Essa estratégia se mostra em três gestos poderosos: primeiro, o sorriso, que é a forma mais rápida e universal de dizer “eu venho em paz”, “não estou aqui pra confusão”; segundo, o elogio sincero e específico, que valida e encoraja a outra pessoa; e terceiro, o esforço de se colocar no lugar do outro antes de julgar, perguntando-se “o que essa pessoa pode estar sentindo?”.

E para você, pai, mãe ou líder, que se sente frustrado porque as pessoas te obedecem sem engajamento, a saída é o Princípio da Colaboração. Ele se resume em uma única e transformadora atitude: pare de dar ordens e comece a envolver as pessoas. As perguntas “o que você acha?” ou “como podemos resolver isso juntos?” transformam um subordinado em um parceiro, um filho em um colaborador. É a chave da verdadeira influência.

Esses princípios não são “dicas de etiqueta”. São ferramentas de construção de uma vida mais conectada, mais pacífica e com mais significado. Se você está cansado da solidão e do conflito, a mudança não está em esperar que o mundo mude para você. Está em começar a usar essas ferramentas, hoje, no seu metro quadrado.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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