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Cinco motivos para fazer uma faculdade

Por que uma faculdade é importante? Por que cursar uma faculdade faz a diferença? Frequentemente, ouço essas perguntas. A resposta mais óbvia é bem simples: obter conhecimento. E conhecimento é o bem mais precioso que temos. Entretanto, as perguntas carecem de uma reflexão mais profunda.

Talvez você já tenha uma graduação e, em sua época, o que mais te motivou foi garantir uma carreira. Este ainda é um bom motivo, mas, hoje, cada vez mais pessoas encontram formas de acessar ao competitivo mercado de trabalho sem necessariamente passar pelas carteiras (ou telas do EAD) de uma faculdade.  Também não faltam pessoas argumentando que o ensino superior é perda de tempo. Ainda assim, entendo que fazer um curso universitário é essencial – e por motivos um pouco diferentes do que as pessoas geralmente defendem. Vou listar cinco motivos.

Amadurecimento – Gente, a garotada de hoje, com 17, 18 anos, sabe de coisas que nós, pais, não sabíamos na idade deles. Porém, uma coisa é certa: eles precisam amadurecer. Sair do Ensino Médio e entrar direto no mercado de trabalho é ótimo (e é bom que isso aconteça), mas a faculdade permite um tipo de amadurecimento diferente; a graduação oferece uma experiência que testa e promove o desenvolvimento de habilidades, inclusive emocionais. A graduação é a primeira grande experiência de autonomia na maioridade. E mais, na faculdade, o aluno está lá para testar, propor projetos e aprender com seus erros. Na vida profissional, não há muita margem para “ensaios”; um erro pode resultar em grandes prejuízos financeiros, em demissão. E isso, embora também ensine, é frustrante demais para quem só está começando a vida. Por isso, independente do curso, passar quatro anos numa faculdade prepara para a vida; ajuda o jovem a lidar com as diferenças, gerenciar conflitos, pesquisar, desenvolver projetos, fazer política, ser competitivo… Além disso, até o ensino médio, o garoto, a garota, contavam com os pais para gerenciar muitas de suas questões. Na faculdade, ele precisa “se virar”. E isso amadurece!

Desenvolver habilidades fundamentais para a vida – Vou citar algumas: persistência, resistência, garra, planejamento, paciência… Hoje, a maioria das pessoas fracassa por não ter desenvolvido essas habilidades fundamentais. Nossos meninos e meninas estão cada vez mais imediatistas. Querem fazer algo agora e receber a recompensa um minuto depois. A moçadinha quer conquistar tudo rapidamente, atropelando as etapas. Na vida, as coisas não funcionam assim. Apenas alguns poucos conseguem conquistar grandes coisas num único lance. Geralmente, as pessoas precisam de muito tempo para alcançar seus objetivos. A faculdade prepara para isso. Ela representa um teste de resistência. Tem muita coisa chata, descartável… Mas o aluno só conquista o diploma se resistir por quatro, cinco ou até seis anos. Para isso, ele terá de engolir muito sapo, ser persistente, ter garra. Além disso, gente que não sabe esperar, gente que não é fiel a um projeto é gente que reproduz esse comportamento noutras áreas da vida. Gente imediatista não é confiável. Também é capaz de descartar pessoas logo que forem contrariadas.

3, Desenvolver relacionamentos profissionais – Professores e colegas são importantes na rede de contato. Muita gente conhece seus futuros sócios na faculdade. Durante uma convivência de tantos anos, é possível saber em quem você pode confiar, com quem dá para contar. Você descobre na faculdade quem é do tipo que vive dando jeitinho, quem faz “corpo mole”, descobre quem mente pra conquistar as coisas, descobre também aqueles que são perseverantes, honestos, organizados, leais, fiéis aos seus princípios. Além disso, na faculdade,encontramos pessoas que podem dar um empurrãozinho profissional, verdadeiros aliados para a vida.

4, Conhecer os princípios e não apenas as técnicas – Técnicas mudam, os princípios não. Por meio de teorias, descobrimos as estruturas básicas do funcionamento da sociedade, princípios de liderança, gestão… Entendemos como as pessoas pensam, como o cérebro funciona. Noutras áreas, aprendemos como o corpo funciona, o que possibilita a construção de máquinas, computadores… Também desenvolvemos habilidades para pesquisar e encontrar os fundamentos de cada área do saber. Com isso, é possível desenvolver a autonomia para a construção do conhecimento.  Quem domina os princípios, consegue lidar com as técnicas, pois possui as ferramentas para dominá-las. Técnicas são aprendidas em algumas poucas aulas; princípios precisam de tempo. Exemplo: posso saber usar todas as ferramentas digitais para seduzir um cliente, mas se eu não conhecer como funciona a cabeça de um potencial cliente, de nada valerá o domínio de todas as técnicas.

5, A graduação é um diferencial competitivo – Muita gente consegue se dar bem sem uma faculdade? Sim. Mas as pesquisas mostram que quanto mais longe uma pessoa chegou na vida acadêmica, mais dinheiro ela ganha – um MBA, após uma faculdade, por exemplo, pode impactar em mais de 40% no salário. E isso não significa trabalhar na área em que a pessoa se formou. O mercado de trabalho avalia melhor o currículo de alguém que já fez um curso superior, uma pós-graduação… Sim, títulos contam. Títulos garantem maior respeitabilidade, possuem um valor social.


Ronaldo Nezo
Jornalista e Professor
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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