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O professor Jesus

Deus não criou o homem e a mulher para ter quem batesse palmas para ele. Criou-os para ter a quem doar o seu infinito amor. Quem ama quer o máximo bem para os seus amados e amadas; logo se conclui que Deus quer ver seus filhos e filhas maximamente felizes. Tanto que, antes de criá-los, preparou-lhes como habitat um planeta-jardim, equipado com tudo o que pudesse ser necessário e útil para fazer da vida humana um evento extremamente prazeroso e belo.

    Para honra maior do homem e da mulher, fez Deus ainda mais: deu-lhes os dons da inteligência, da vontade e da liberdade, a fim de que pudessem escolher se aceitavam ou não o modo de ser feliz proposto e oferecido pelo Criador.

     Aí, porém, começou o drama: o homem e a mulher não aceitaram. Acharam que poderiam traçar sozinhos o enredo de sua futura história. Usaram mal os dons recebidos. E deu no que deu: o que deveria ser uma grande família de irmãos e irmãs amorosos virou um amontoado de gente raivosa, briguenta, injusta, pervertida, perversa.

     Deus, então, condoído, houve por bem enviar emissários encarregados de ajudar as pessoas a se organizarem em comunidades fraternas. Vieram os primeiros grandes professores, conhecidos como profetas. Conudo o atraso era muito grande; daí que, antes de iniciar o trabalho de educação moral e espiritual, foi preciso pôr em prática um processo civilizatório – tiveram que ensinar até mínimas normas de higiene, desde o hábito de lavar as mãos antes de comer até bons costumes relacionados com as necessidades fisiológicas.

     Deu certo?… Não deu. É fácil imaginar o tamanho da resistência. Aquela gente feroz e rude continuou odiando, roubando, matando, cultivando vícios, distanciando-se cada vez mais do sonho de Deus.

     Ao longo da história a situação chegou a tal ponto que o Criador decidiu enviar seu próprio filho, Jesus Cristo, o professor dos professores, o profeta dos profetas, o máximo Mestre.

     Jesus chegou trazendo o coração cheio de bondade e luz. Reuniu um grupo de amigos e com eles inaugurou uma escola de amor, cuja finalidade era ajudar a humanidade a ser feliz. “Felizes os humildes. Felizes os puros de coração. Felizes os mansos. Felizes os misericordiosos. Felizes os que promovem a justiça”.

          O professor Jesus não veio ensinar semiótica, trigonometria, cibernética, física quântica. Veio ensinar coisas bem mais simples, no entanto fundamentais: “Parem de praticar injustiças e perversidades. Limpem a mente, desarmem o coração, higienizem a alma. Aprendam a ser honestos e generosos. Só assim vocês se libertarão de suas culpas, remorsos e medos – condição ‘sine qua non’ para alguém viver e morrer em estado de céu”.

     Mas que pena: poucos ouviram. O mundo preferiu continuar nas trevas. Rejeitou a luz. Pregou o Mestre na cruz.

    Jesus, porém, ressuscitado, não desistiu do projeto. Deixou em seu lugar os apóstolos e seus sucessores – os novos professores do amor, hoje espalhados mundo afora e atuando em múltiplas religiões. Deus lhes dê coragem, pureza e sabedoria para dar conta de sua bela missão.

A. A. de Assis
Foto – Reprodução

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